Quarto maior grupo automotivo do mundo, a Stellantis adotou uma nova estratégia para a América do Sul: a verticalização de operações, com investimentos que podem chegar à produção de matérias-primas. Para começar, a fabricante de marcas como Fiat, Jeep e Peugeot adquiriu, recentemente, a fatia de uma mineradora na Argentina. Outras operações devem ser anunciadas ainda no primeiro semestre, inclusive no Brasil.
Na Argentina, que registrou recentemente inflação superior a 100% ao ano, a montadora optou por investir US$ 155 milhões na compra de uma participação de 14,2% na McEwen Copper, uma mineradora de cobre no país. O material é estratégico para a produção de carros elétricos que, de acordo com estimativas do setor, podem carregar até 80 quilos do minério. Com o investimento, a Stellantis garante a cobertura de sua própria demanda e abre espaço para novos negócios.
Já no Brasil, segundo a Stellantis, os custos impedem que exista um carro de entrada 100% elétrico. Por essa razão, o foco da montadora será nos híbridos, combinando o etanol e o elétrico. O país tem uma vantagem competitiva com os biocombustíveis e a energia gerada por fontes renováveis.
Em testes realizados pela Stellantis em parceria com a multinacional alemã Bosch, foi constatado que, quando considerado o saldo total de emissões do ciclo energético completo, o veículo movido a etanol no Brasil apresenta vantagens inclusive na comparação com um veículo elétrico abastecido com energia gerada na Europa.
